Há 20 anos, quando o Banco Central (BC) deu início à reforma do sistema financeiro, começou também uma aproximação com o mercado. Para isso, criou instrumentos que possibilitaram que, atualmente, essa aproximação entre regulador e mercado seja mais dinâmica, tendo em vista a velocidade da evolução das tecnologias da informação.
A avaliação foi feita por Mardilson Queiroz, chefe adjunto do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, que completou: “Tiramos o tapete vermelho da porta do Banco Central para que qualquer um venha e converse”.
Queiroz abriu, nesta segunda-feira, 3 de junho, a 4ª edição do Digital Money Meeting, evento online promovido pelo Tele.Síntese para discutir o futuro do Open Finance com a presença de líderes das empresas do sistema financeiro e de tecnologia digital.
Responsável pela coordenação da equipe técnica que criou novas instituições financeiras como as fintechs de crédito, o funcionário do BC lembrou que o sistema financeiro é uma das indústrias mais reguladas do mundo e que a regulação pode ser tanto um remédio quanto um veneno. “O regulador, naturalmente, tende a ser mais conservador, o que faz com que os ciclos regulatórios sejam lentos. Então, é preciso encontrar um equilíbrio ótimo”, disse Queiroz.
Graças aos avanços tecnológicos e a essa aproximação com o mercado, o Brasil vem conseguido mais agilidade nos ciclos regulatórios. “O Open Finance é um exemplo de regulação em tempo real, feito com a participação do mercado. O BC está aprendendo com isso e o mercado também. Muitas coisas são discutidas entre os dois e viram norma logo seguida”, disse Queiroz, que lembrou que o BC tem tem frente, na agenda regulatória, temas como tokenização, Drex e adoção da inteligência artificial pelo sistema financeiro. “O BC não está desenvolvendo nada, está coordenando, regulando e, junto com o mercado, está definindo os melhores protocolos”, concluiu.
O Digital Money Meeting acontece entre hoje e amanhã e é gratuito. As inscrições podem ser feitas aqui.