Em relatório divulgado na quinta-feira, 9, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) reafirmou o rating “brAA-“ atribuído à Unifique. Assim como a avaliação feita no ano passado, a perspectiva é estável.
Em sua análise, a S&P apontou que, entre os fatores positivos, a Unifique mantém posição de liderança na região em que atua, crescendo de forma orgânica e por meio de aquisições. Além disso, destacou que a operadora tem “maior rentabilidade em comparação aos pares próximos” e conta com uma “alavancagem relativamente baixa”, com a dívida bruta sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) entre 1,5x e 2x.
“Em nosso cenário-base, consideramos a continuidade de sua estratégia de expansão gradual, com integração e captura de sinergias das empresas adquiridas, ganhos de escala e crescimento constante de receitas”, avaliam os analistas.
Entre os principais riscos associados à Unifique, a agência de rating menciona uma eventual pressão sobre a geração de fluxo de caixa livre no longo prazo, tendo em vista os potenciais investimentos na rede 5G. A S&P estima que a operadora regional tenha que desembolsar cerca de R$ 100 milhões em capex anual pelos próximos três anos.
Outro ponto que pesa contra a Unifique, na avalição da agência, é a menor escala em relação aos concorrentes nacionais – 75% dos assinantes da empresa estão no estado de Santa Catarina. Em função de a operadora se posicionar como uma das principais consolidadoras do mercado, a S&P ainda alerta sobre os riscos relacionados à integração de provedores adquiridos.
“A Unifique tem mantido uma estratégia conservadora em termos de endividamento, porém, possui atualmente cerca de 35% de sua dívida vencendo no curto prazo. Nosso cenário-base considera que a empresa realizará novas emissões de dívida nos próximos anos para um bem-sucedido alongamento do perfil de vencimentos”, diz a agência, em trecho do relatório.
Perspectiva
A respeito da perspectiva estável para o rating, a S&P trabalha com a expectativa de que a Unifique siga expandido as operações por meio de crescimento orgânico e aquisições. Com isso, a operadora deve aumentar “gradualmente a sua participação de mercado na região Sul do Brasil” e obter “ganhos de escala com a integração das empresas adquiridas, sem pressionar alavancagem e rentabilidade”.
Para a agência, o rating da Unifique pode ser elevado caso a empresa aumente a sua participação de mercado, mantendo a solidez da rentabilidade e da geração de fluxo de caixa livre.
Por outro lado, a nota pode ser rebaixada se, no período de 12 a 18 meses, a operadora apresentar “dificuldades e maiores riscos de execução na integração de aquisições”. A S&P ainda assevera que investimentos materiais sem acompanhamento da geração de caixa pode levar a uma deterioração na rentabilidade e pressionar a liquidez da empresa.
“Além disso, um rebaixamento do rating seria possível se a empresa adotasse políticas financeiras mais agressivas, aumentando alavancagem e pagamento de dividendos para maior retorno aos acionistas”, sinaliza a agência.
Há duas semanas, a S&P atribuiu o rating “brA+”, com perspectiva estável, à Desktop.