A importância da conscientização em segurança cibernética para indivíduos e organizações

Renan Salinas, CEO & Founder da Yank Solutions

De acordo com o relatório da Netscout, em 2023, o Brasil liderou o ranking de ataques cibernéticos na América Latina. Somente no primeiro semestre do ano, o país enfrentou um total de 328.326 ataques, representando 41,78%. Os números são alarmantes e têm desafiado organizações públicas e privadas, além da sociedade civil, a combater esse mal.

Um levantamento realizado pela CyberRisk Alliance, a pedido da Infoblox, mostra que, em 2023, 61% das empresas entrevistadas tiveram problemas provenientes de ataques cibernéticos, sendo o principal deles o de email/phishing. Olhando para esse cenário, a conscientização em segurança cibernética emerge como uma necessidade premente, tanto para proteger nossas informações quanto para salvaguardar a integridade de sistemas críticos e infraestrutura digital.

Em primeiro lugar, é essencial reconhecer que a segurança cibernética é uma responsabilidade compartilhada. Indivíduos, empresas, governos e organizações não governamentais desempenham papéis fundamentais na criação de um ambiente cibernético seguro.

A conscientização em segurança cibernética capacita os cidadãos a reconhecerem e responderem a ameaças, adotando práticas seguras no uso da tecnologia. Isso inclui a compreensão dos riscos associados ao compartilhamento de informações pessoais online, a utilização de senhas fortes e a atualização regular de software e sistemas de segurança.

Além disso, as organizações enfrentam desafios adicionais de segurança cibernética devido à natureza complexa e interconectada das redes corporativas. Desde pequenas empresas até grandes corporações, todas estão sujeitas a ataques cibernéticos que podem resultar em perdas financeiras significativas, danos à reputação e interrupção das operações comerciais.

Por isso, a melhor saída para minimizar os riscos é investir em conscientização em segurança cibernética, capacitando os colaboradores a reconhecerem e relatarem atividades suspeitas, bem como para implementar medidas de proteção proativas para mitigar os riscos.

Afinal, hackers e cibercriminosos estão constantemente desenvolvendo novas estratégias para contornar as defesas digitais, exigindo uma abordagem proativa e adaptativa para a segurança cibernética. Além de proteger contra ameaças externas, a conscientização em segurança também desempenha um papel crucial na prevenção de violações internas de dados.

Muitas vezes, as violações de segurança são causadas por erros humanos, como o uso de senhas fracas, o compartilhamento inadvertido de informações confidenciais ou a falta de cuidado ao lidar com e-mails de phishing.

É imprescindível também investir, junto com toda a equipe, em autenticação de dois fatores, que emerge como uma ferramenta essencial na proteção de contas online e sistemas corporativos. Essa prática, exige que os usuários forneçam não apenas uma senha, mas também uma segunda forma de autenticação, como um código enviado por mensagem de texto, e-mail ou gerado por um aplicativo de autenticação, o que torna significativamente mais difícil para os cibercriminosos invadirem contas, mesmo que tenham obtido acesso à senha.

Por fim, a conscientização em segurança cibernética não é apenas uma medida reativa para responder a ameaças imediatas, mas sim um investimento estratégico no futuro da segurança digital. Ao capacitar os indivíduos e organizações com o conhecimento e as habilidades necessárias para proteger suas informações e sistemas, podemos construir um ambiente cibernético mais seguro e resiliente para todos.