Desktop prioriza ocupação da rede, mas mantém compras no radar

Mapa contém as cidades atendidas pela Desktop em setembro de 2023 (Reprodução)

A provedora regional de banda larga Desktop, com presença no estado de São Paulo, vai manter por ao menos mais dois anos a estratégia de ocupação da rede de acesso que montou nos últimos anos, resultado de crescimento orgânico e via aquisições.

A empresa tem 55 mil km de fibra instalados, 4,3 milhões de casas passadas (aptas a assinar seus serviços, chamadas de HPs pelo setor) e 1 milhão de assinantes em 183 cidades.

Na conferência de resultados do terceiro trimestre deste ano, o CEO da companhia, Denio Alves Lindo comentou que o grupo vai expandir a rede de forma orgânica apenas em casos onde ficar comprovada a demanda para tanto.

“Nosso objetivo [pelos próximos 2 anos] é manter a estratégia de 2023, muito mais focados em ocupar as portas. Temos estoque de portas livres expressivo. Vamos fazer expansão onde a gente enxergar oportunidades, mas a estratégia continua sendo essa [de ocupação das portas]”, comentou.

Segundo ele, o crescimento de 15% da quantidade de casas passadas no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, foi residual e relaciona-se à estratégia que era empregada em 2022, quando foi praticada forte expansão até o final do ano. Neste ano, a empresa pisou no freio. Comparado com o segundo trimestre, a expansão da rede foi de 1,6% na quantidade de HPs.

Elevar a taxa de ocupação não exclui a abertura à aquisição de mais provedores, acrescentou o executivo: “Desktop tem a oportunidade de continuar o processo de liderança na consolidação da banda larga no Brasil, principalmente no estado de São Paulo”, falou antes de encerrar a conferência.

O diretor de marketing da companhia, André Falcão, comentou que a empresa está confortável com o modelo de precificação atualmente praticado. Disse que a empresa atingiu “nos últimos meses” pico de vendas anual.

Além da ocupação das portas, a busca passou a focar em clientes “de qualidade”, com potencial de monetização maior. Segundo o executivo, esses clientes obtidos por canais digitais próprios são mais fiéis e devem ser alvo de ofertas para ampliar o serviços contratados. “Estamos focado em novas receitas B2C considerando SVA e streamings”, comentou.

Atualmente, a Desktop tem rotatividade de clientes (o churn) de 2,5%. Segundo Falcão, o índice vai cair nos próximos meses.

Já Bruno Leão, o diretor financeiro da Desktop, disse essas estratégias todas têm impacto benéfico para a geração de caixa livre, aumentando a rentabilidade da companhia. “Este ano temos entregado margem acima de 50%. Estamos trabalhando para entregar uma companhia mais rentável. Reduzimos bastante o ritmo de construção de portas. Priorizamos vendas em canais com menor PDD [inadimplentes], renegociamos contratos recorrentes e aceleramos capturas de sinergias com a incorporação integral de provedores do grupo”, elencou.

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