Especialistas debatem como os dados podem gerar valor aos negócios

Promovido pela TI Inside, a 4ª edição do Data Management Forum, tratou em seu painel de abertura nesta terça-feira, 9, a discussão de como a Análise Avançada de Dados pode acelerar o uso de informações oririundas de fontes de dados variadas, a fim de identificar tendências, padrões e comportamentos.

Para Delmar Assis, Founder e CEO da DRZ Corporation, para gerar valor com uso de dados a primeira exigência é sua governança. “Os dados são de fato a  gasolina para os negócios. São eles que geram os insights para os negócios e cabe ao  compliance o desafio da transformação de dados.  A governança é a base do que se vai entregar às empresas, é ela que permite esse olhar profundo em data management. Ela é essencial”, conceituou o executivo.

Ele aponta como principais desafios de governança de dados a grande variedade ( tipo, formatos, fontes etc.), a formação  dos inúmeros de datalakes, a qualidade das informações  e até mesmo a prática do data governance (quem cuida dos padrões, diversidade de formatos e itens).

“A governança permite olhar para os negócios.  Para que se precisa disso? Como resposta está o de alavancar negócios, reduzir custos e riscos.  Mas é importante ressaltar também que para isso é preciso ter  as pessoas adequadas para cuidar desses dados. Um bom cientista de dados, hoje é raro. Portanto a formação de bons profissionais nesta área é um ponto de alerta”, reforçou.

Micael Pereira, especialista de Dados da Edenred – Américas (Grupo Ticket) lembra que o tema tem sido mistificado e é importante trazer a luz e tornar a governança mais real para os negócios. Como disse, a preocupação com dados, por ser um sistema rico, não se dá apenas pelos dados, mas as consequências do que significa ter uma governança sobre eles.

Ele aponta que no Brasil a deficiência na formação em áreas como a matemática não produz profissionais que atinjam a proficiência neste campo e que levam as empresas a dificuldades na etapa na jornada de dados .

Conforme afirmou é preciso trazer a tecnologia e o conhecimento sobre dados para o contexto dos negócios e  cotidiano das pessoas. “Criar uma cultura organizacional baseada em dados não é simples. É uma jornada diretamente relacionada à habilidade de adaptação a mudanças por parte da organização e de seus profissionais. A tarefa também inclui disseminar o entendimento de que dados  e acompanhar o ritmo necessário para as organizações. Esse dilema é uma realidade global”, disse.

Segundo  Carlos Cruz, Diretor Sênior de Estratégia de Dados e Inteligência Artificial na Avanade, os caminhos da governança de dados, do ponto de vista das organizações,  estão calcados no seu uso para evoluir, entretanto dada sua jornada e  complexidade por vezes se esbarram em questões mais básicas.  “O uso das análises avançadas  interfere nas áreas de administração, produção e em todo o universo da companhia. Mas, o uso dos dados como estratégia está ligado à cultura dessa organização”.

O ponto chave é como usar e desenhar as estratégias corporativas  diante dos níveis das análises de dados (descritiva, diagnóstica, preditiva e prescritiva) e a partir disso alcançar a evolução da informação para responder aos desafios dos negócios”, reforçou.

Ricardo Villaça, Diretor de Inteligência Artificial da DLR – Transformação Digital com IA, destacou  como a IA está imersa dentro das organizações de forma a ser uma parte dos processos. “No mundo corporativo a palavra do momento é viés. Viés da modelagem de dados, do analítico etc. Todos interferem diretamente nos resultados de negócios e carreiras.”, lembrou. Ele observa que o uso de IA generativas ajudam nesses processos, entretanto são as pessoas que tomam as ações. Como ressaltou, os cientistas de dados  produzem para os  times de estratégia ou de negócios e essa evolução rumo aos diferentes níveis de análises dependerá sempre da disseminação da cultura de dos dentro das empresas.

Governança, proteção de dados, privacidade e riscos

Na segunda apresentação do 4o Data Management Forum 2023,  o assunto governança e segurança dos dados foi debatido, especialmente neste período de grandes ameaças que evidenciam que  as melhores práticas e seu uso de forma ética para geração de negócios é a melhor opção.

Segundo Bergson Lopes Rêgo, Fundador e Diretor de Dados e Operações da BLR DATA explicou sobre os princípios da Governança de Dados e seu escopo dos dados utilizados nas organizações.  Ele compara o sistema de governança a um sistema de governo onde existe o executivo, legislativo e judiciário com instâncias distintas para determinar o uso, definição de políticas etc.

“É importante lembrar que a responsabilidade com os dados  é compartilhada entre os agentes da organização e cabe ao profissional de dados quais os benefícios, qual o valor para área de negócios. A governança cuida das questões práticas dos processos e arquitetura  e ajuda a pensar na empresa como um todo, com modelo ideal e aos poucos implementa a jornada da governança de dados para virar estratégia corporativa como diferencial do negócio.”, conceituou.

Para Cláudio Dodt, sócio-gerente da DARYUS Consultoria  o aspecto segurança da informação, nas empresas orientadas por dados,  no cenário global  deixou de ser restrito a dados  e hoje afeta todos e todas as áreas onde está  a informação e transcende os aspectos dos dados pessoais para proteção  já que toda informação é  manipulada pela organização.

Ele aponta que os desafios da segurança como priorizar o cyber nas decisões de negócios,  obter apoio das lideranças executiva para segurança cibernética, além de  recrutar e reter talentos em segurança.

Segundo Carlos Eduardo Custódio, Head de Data Protection & Compliance e Cloud, Devops & Platform na Certsys, é preciso entender a segurança de forma ampla para  toda a empresa e a  responsabilidade  por ela que não deve estar num único departamento  ( voltado exclusivamente na tecnologia).

“Todos os departamentos que  usam informação devem  saber das legislações que dão base para este escopo, entretanto, não é só restrita aos provedores de serviços , pois as  Leis e normas (como a LGPD) servem para cada um se adequar, verificar processos, medidas de controle, mitigação de riscos etc.  A governança deve cuidar dos processos, cuidar das pessoas, métricas e busca em todo o ambiente os gaps da segurança para evitar as vulnerabilidades”, evidenciou o executivo.

Como enfatizou, a segurança não pode ser garantida, se não houver proteção de todo o conjunto da organização. Segundo ele, não existe um ambiente 100% seguro, mas pontos de vulnerabilidade onde se faz necessário o uso de engenharia social e o equilíbrio entre a   privacidade e a segurança.

Robert Oliveira, COO e Cofundador, líder da área de societário e M&A e de Privacidade e Proteção de Dados do L&O Advogado, analisa a complexidade no tratamento de dados como fator de ligação  ao desafio dos negócios.

“Conceitualmente a governança e a privacidade nascem da governança corporativa.   Tanto segurança  quanto à privacidade são  conceitos  primordiais para empresas  que mantém um relacionamento  ético com o mercado focadas nos pilares da transparência e equidade”, reiterou o executivo.

Em conclusão Oliveira destaca que a governança permite  criar um arcabouço de processos e regulações internas, para garantir uma gestão ética e responsável e evidencia que a educação entre todos os partícipes da organização é a chave de uma política de segurança bem-sucedida.

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