Das supersafras às “supercifras”: as logtechs como inspiração para tornar o Brasil ainda mais competitivo em todas as áreas

No Brasil se diz que o agronegócio movimenta o PIB. E quem movimenta o agronegócio? O caminhão. Cerca de 60% da logística brasileira é feita nas Estradas e diferentes modais dependem dos veículos pesados. É o caminhoneiro que busca as cargas nas fazendas e outros locais remotos para conduzi-las às linhas férreas, portos e galpões. A Estrada está no topo do PIB, e as inovações que traz garantem ainda mais competitividade ao Brasil em diversos setores.

Nos últimos oito anos, o desempenho do agronegócio superou o da economia brasileira. O maior destaque foi 2020, quando houve uma retração de 3,30% na taxa de crescimento do país, enquanto o agro expandiu 24,3%, segundo dados do Cepea/CNA. Em 2021, o segmento alcançou a maior fatia do PIB em 17 anos. Em 2022, encolheu 4,22% e um dos fatores que pesou foi o custo do combustível. 

Em 2023, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê recuperação, com safra recorde de 310,6 milhões de toneladas de grãos. São quase 40 milhões de toneladas a mais que na temporada anterior, pressionando a operação do frete. Por isso, na moderna indústria de commodities, não basta dizer que as terras são férteis e o clima dos trópicos, favorável. A forma como semeamos o digital na logística é um dos principais caminhos para transformar supersafras em “supercifras”. 

O Brasil possui uma dificuldade histórica de armazenar excedentes produtivos e o principal meio para evitar as perdas na colheita, diante da falta de espaço, tem sido agilizar o escoamento dos produtos. Segundo a Conab, embora tenha havido um aumento de 35% na capacidade de armazenamento desde 2010, a defasagem permanece. E aí, quando a necessidade de transporte aumenta, cresce a procura por caminhões, nem sempre disponíveis. Para piorar, grande parte da logística local ainda é analógica, quase como se dependesse das antigas Páginas Amarelas para fazer a carga rodar.  

Por outro lado, com inteligência artificial, há empresas que duplicam sua base de caminhoneiros e reduzem o tempo de resposta desses profissionais às suas demandas em até quatro vezes. Há uma Estrada mais eficiente surgindo. Motoristas autônomos que antes levavam um dia para se cadastrar em cada organização para prestar serviço hoje o fazem uma vez em apenas 5 minutos – e online. 

De acordo com informações de 2020 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nas duas últimas décadas o Brasil foi o país que mais cresceu em produção no campo. A partir da tecnologia e de boas práticas para otimização de recursos e uso da terra, nossa produtividade aumentou 3,18% ao ano, contra 1,66% da média global. Chegou a hora de dar esse salto no transporte de cargas.

Com a logística digital, os caminhoneiros colhem os resultados. Otimizam trajetos e deixam de rodar 150 quilômetros vazios a cada entrega, porque agendam melhor os fretes. Isso representa menos gasto de combustível, trânsito, emissões de CO2, melhores margens e mais bem-estar para os profissionais.

A empresa que deseja ir da supersafra à supercifra precisa abraçar esse novo caminho. Dados fortalecem o compliance. Ferramentas de Internet das Coisas usam sensores para conservar a carga, rastreiam o caminhão contra roubos e até avaliam pela análise do movimento do veículo se o motorista precisa de pausa maior para descansar. Há ganhos financeiros e humanos.   

A logística inspira todos os setores da economia e está pronta para turbinar o agro. Um caminho sem volta para tornar o país inteiro mais digital e competitivo. 

Thomas Gautier, CEO do Freto.

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